ETA de Castelo de Paiva
Com o alargamento do sistema multimunicipal de abastecimento de água, em 1998, a cinco municípios da região do Vale do Sousa: Felgueiras, Lousada, Paços de Ferreira, Paredes e Penafiel, a Águas do Douro e Paiva criou o subsistema Vale do Sousa.
De forma a possibilitar a captação de água no Paiva, foi necessário construir um pequeno açude e uma Estação Elevatória junto à Ponte da Bateira, em Castelo de Paiva. Estas duas infraestruturas foram objeto de tratamento paisagístico adequado, nomeadamente a Estação Elevatória revestida a xisto, material típico da bacia do rio, resultando num conjunto em perfeita harmonia com a natureza envolvente. Por outro lado, as migrações dos peixes para a desova não são prejudicadas pela existência do açude, uma vez que foi instalada uma escada de peixes, constituída por duas linhas de passagem de água de declive pouco acentuado: uma em forma de chicane, para espécies como a truta, e outra de livre acesso, para outras espécies.
Processo de Tratamento
A água é captada no açude por um sistema de drenos e encaminhada para um poço coletor de água bruta. Quatro bombas submersíveis elevam a água até à cota de 367 metros, onde está situada a ETA de Castelo de Paiva. O caudal máximo elevado é de 30.000 m³/dia, o que permite um abastecimento equivalente ao consumo de cerca de 150.000 pessoas/dia. Com o objetivo de minimizar o impacto do aumento pontual de turvação do Rio Paiva no processo de tratamento da ETA, foi concebido um pré-tratamento de filtração pressurizada com filtros de múltipla camada que permitem uma redução significativa da turvação no poço coletor de água bruta.
Numa primeira etapa, à água captada é adicionado dióxido de cloro, com o objetivo de oxidar a matéria orgânica complexa e desinfetar a água bruta. Para promover o equilíbrio calco-carbónico da água, são adicionados cal e dióxido de carbono, uma vez que a água do rio Paiva se caracteriza por fraca alcalinidade e dureza, minimizando assim o carácter agressivo desta água no contacto com as condutas e reservatórios do sistema de distribuição. Nesta fase, a água está preparada para receber o coagulante, o cloreto férrico, que aglutinará todas as partículas dispersas em coágulos.
O processo de filtração usado nesta Estação de Tratamento permite atingir dois objetivos numa única etapa: filtração e remineralização. Na filtração, os flocos formados são separados da água através do meio filtrante de carbonato de cálcio. Este material garante ainda um reforço da remineralização da água efetuada inicialmente.
No final do processo de tratamento é efetuada uma desinfeção com cloro para assegurar a qualidade bacteriológica da água ao longo de toda a rede de distribuição.
A água tratada é armazenada num reservatório com capacidade para 5.000 m³, sendo depois transportada para os reservatórios dos municípios de Cinfães, Castelo de Paiva, Paços de Ferreira, Gondomar e Penafiel.
As águas de lavagem dos filtros são dirigidas para um tanque de equalização, sendo depois transferidas para um espessador. As lamas espessadas são centrifugadas mecanicamente e transportadas para um aterro sanitário. A água recuperada durante este processo é encaminhada para o reservatório de entrada de água bruta, ou seja, de volta para o início do processo de tratamento.
Ao longo da estação de tratamento existem vários pontos de amostragem e de análise automática de diversos parâmetros da qualidade da água. Estes analisadores permitem uma monitorização constante da eficiência do processo e o controlo do produto final.
A Águas do Douro e Paiva tem ainda o máximo cuidado em compatibilizar as várias fases desta sua atividade industrial com a preservação do ambiente, segundo os mais exigentes critérios ecológicos, na perspetiva da construção de uma sociedade moderna e equilibrada e de um desenvolvimento sustentável e duradouro. Na construção e equipamento de infraestruturas foram aplicados cerca de 8 milhões de euros, comparticipados pelo Fundo de Coesão da União Europeia.
Testemunhos

Noémia Santos
Responsável de Exploração – Produção – Vale do Sousa
“Trabalhar na exploração da ETA que abastece os municípios do Vale do Sousa é muito mais do que um emprego – é um compromisso diário com a missão de serviço público. É saber que, em cada gota de água que chega às torneiras das nossas populações, está o trabalho incansável de uma equipa excecional, altamente competente, movida pelo sentido de missão e pela dedicação a um serviço essencial.
Garantir o abastecimento de água de qualidade é, para nós, mais do que uma responsabilidade técnica; é um contributo direto para a saúde pública, para a qualidade de vida das pessoas e para a valorização deste território tão rico e único. Saber que o nosso trabalho tem impacto direto no bem-estar de milhares de famílias é, ao mesmo tempo, um desafio e uma motivação diária, que nos permite superar desafios e assegurar um abastecimento fiável, mesmo em momentos críticos, com a certeza de que estamos a cumprir o nosso papel no desenvolvimento sustentável desta região.”