Durante o ano de 2004 o Complexo do Ferreira foi reabilitado e ampliado de forma a criar um local de apoio à exploração do Subsistema do Vale do Sousa. O investimento total realizado foi cerca de 2,4 milhões de euros, comparticipados a 85% pelo Fundo de Coesão.
Processo de tratamento
A ETA do Ferreira possui uma capacidade de tratamento de água de cerca de 4.500 m³/dia. A água do Rio Ferreira é recolhida por drenos após passar por uma camada de areia com cerca de 1,5 metros no leito do rio. A água é encaminhada para um poço coletor no rio Ferreira, que está ligado a outro poço coletor instalado na ETA. Deste poço, a água é elevada para a etapa de pré-oxidação, onde à água bruta é injetado o dióxido de cloro através de bombas doseadoras. Este forte oxidante tem como missão quebrar as moléculas orgânicas complexas e desinfetar a água bruta.
Na câmara de mistura rápida ocorre numa fase inicial a adição de cal e CO2 com o objetivo de corrigir a agressividade da água, tornando-a mais equilibrada e diminuindo o seu poder corrosivo. Segue-se a adição do coagulante que permitirá a destabilização dos colóides em suspensão promovendo a formação e agregação das partículas em flocos de maior dimensão, facilitando a sua remoção nas etapas subsequentes.
Nas duas câmaras de mistura lenta seguintes é adicionado polieletrólito à água, permitindo o aumento do tamanho dos flocos criados na etapa de coagulação e a otimização da decantação. A água floculada é encaminhada para 3 decantadores lamelares, que irão promover a decantação dos flocos mais pesados. A água decantada é recolhida em tubos perfurados na superfície do decantador, sendo encaminhada para uma caleira única de alimentação aos quatro filtros, preparados para funcionar simultaneamente e em contínuo. A água, após entrar no filtro, vai atravessar a camada filtrante e passar pelos ralos colocados no fundo falso do filtro em direção ao Reservatório de Água Tratada Retangular de 250 m³.
Neste reservatório é adicionado cloro de forma a efetuar a desinfeção final e garantir a presença de desinfetante residual ao logo do sistema de distribuição. A água tratada é armazenada no Reservatório de Água Tratada Circular de 250 m³, de onde é elevada para o Reservatório de Modelos (Município Paços de Ferreira).
À medida que a filtração decorre, os filtros vão ficando colmatados sendo necessário proceder regularmente à sua lavagem. Esta operação consiste na passagem de água filtrada em contracorrente pelo meio filtrante permitindo o início de um novo ciclo de filtração. A lavagem é efetuada em três etapas sucessivas: lavagem com ar, lavagem com ar e água e lavagem apenas com água. A água utilizada na lavagem poderá ter cloro permitindo a desinfeção das camadas filtrantes.
A lama dos decantadores e os sedimentos das câmaras de coagulação e floculação são encaminhadas para o espessador. A lama espessada é encaminhada para o tanque de lamas espessadas, para posterior prensagem através de bombas de pistão. Para otimização do processo é doseado, à entrada da prensa, polieletrólito através de uma bomba doseadora. As lamas desidratadas por prensagem são recolhidas para um contentor de armazenamento e posteriormente enviadas para um aterro sanitário.