A Estação de Tratamento de Água do Ferro, localizada no concelho de Felgueiras, foi construída durante o ano de 2001, tendo iniciado o seu funcionamento em dezembro.
Esta estação de tratamento serve os municípios de Felgueiras e Lousada e tem uma capacidade de produção de 6000 m³/dia. O investimento nesta infraestrutura foi de aproximadamente 1,3 milhões de euros, tendo sido comparticipado em 85% pelo Fundo de Coesão.
Processo de tratamento
A ETA do Ferro possui uma capacidade de tratamento de água de 6.000 m³/dia.
A água captada nos rios Ferro e Vizela é armazenada no Tanque de Água Bruta (TAB), com capacidade de 75 m³, onde são injetados dióxido de cloro para a pré-oxidação da matéria orgânica existente na água e soda cáustica para correção do pH. A água é pressurizada e enviada para as três linhas de filtração disponíveis, que possuem uma capacidade nominal de filtração de cerca de 100 m³/h.
Cada linha de filtração é composta por 3 estágios distintos em composição e função: o 1º estágio, constituído por antracite e areias de calibres ascendentes do topo para a base, remove a maior parte das partículas em suspensão; o 2º estágio é constituído por um leito remineralizante rico em carbonato de cálcio, cuja lenta dissolução irá neutralizar a acidez da água, para além de remover partículas em suspensão que passaram do 1º estágio; o 3º estágio, constituído por um leito de carvão ativado, assegura a eliminação do dióxido de cloro em excesso utilizado na pré-oxidação e de eventuais contaminantes presentes na água. Esta metodologia de utilização de múltiplas camadas permite obter um nível de turvação muito baixo à saída de cada uma das linhas de filtração.
À entrada do 1º estágio é adicionado coagulante, com o objetivo de formar flocos de pequena dimensão. Na entrada do segundo estágio é adicionado polieletrólito, que em contacto com a água permite a aglomeração dos flocos formados na etapa de coagulação. Após a remoção dos flocos em suspensão, a água passa ao 3º estágio para um tratamento de “afinação”, com a remoção do dióxido de cloro em excesso.
A água filtrada é recolhida num coletor comum e recebe o cloro para a desinfeção final. A água já tratada é armazenada no Reservatório de Água Tratada (RAT), com cerca de 500 m³ de capacidade. Daqui, a água tratada é elevada para o Reservatório e Estação Elevatória de Pombeiro/Ribavizela, de onde é novamente elevada para o reservatório de Felgueiras.
Com o funcionamento da ETA, os leitos filtrantes tendem a colmatar diminuindo a capacidade de filtração da água. O processo de lavagem consiste na passagem de água em contra-corrente de cada um dos estágios separadamente, sendo possível adicionar cloro à água de lavagem com o objetivo de eliminar eventuais microorganismos que se tenham fixado nos leitos filtrantes.
A água de lavagem dos filtros é encaminhada para o Tanque de Água Suja (TAS), com capacidade de 125 m³, donde é transferida para o decantador de lamas com a adição de polieletrólito. A lama decantada passa para o espessador de lamas de onde é encaminhada para a prensa de lamas de 150 litros de capacidade de desidratação, na entrada da qual se injeta novamente polieletrólito. A lama seca é recolhida num contentor e transportada para deposição em aterro controlado.